Não que isso importe, mas...

07 setembro, 2006

La belle Paris

"As cidades possuem sexo: Londres é um homem, Paris uma mulher e Nova Iorque um transexual bem resolvido" (Angela Carter, novelista britânica)

Com a desculpa da vinda de Vívian e a possibilidade de estar na companhia dela por mais dois dias, passamos o fim de semana em Paris. Em cerca de 36 horas, obviamente conhecemos pouco de uma cidade tão rica em detalhes e beleza. Começamos nosso passeio com o Arco do Triunfo, que foi o meu escolhido pra falar um pouquinho mais.

O monumento de pouco mais de 50m de altura e 45m de largura, foi encomendado por Napoleão Bonaparte em 1806, meses após a vitória de suas tropas na Batalha de Austerlitz, sendo finalizado apenas em 1836. Nas bases do arco estão quatro grandes esculturas: Le Triomphe de 1810, La Résistance (minha preferida), La Paix e a mais famosa, com o nome oficial de Le Départ des Volontaires de 1792, que fica ao leste do monumento, representando a tropa que partiu de Marselha em julho de 1792, para defender a Revolução Francesa de forças contra-revolucionárias. Em sua marcha em direção a Paris, os voluntários entoavam o hino "Chant de guerre de l'Armée du Rhin", que devido a naturalidade dos revolucionários, ficou mais tarde conhecido como A Marselhesa e se tornou o hino da França, por isso a escultura do Arco (detalhe na foto abaixo) também é conhecida como La Marseillaise.

Nas paredes de dentro do arco, os nomes de 558 generais franceses. Lá também encontramos o Túmulo do Soldado Desconhecido, com uma chama mantida sempre acesa, em homenagem aos soldados mortos nas Grandes Guerras. A Place de l'Étoile (renomeada Place Charles de Gaulle), onde fica o imponente Arco do Triunfo, é encontro de 12 avenidas, entre elas a famosa Champs-Élysées. Descemos uma dessas avenidas, parando na Torre Eiffel, outro símbolo da capital francesa, do alto de seus 300 metros de altura, construída entre 1887 e 1889, em comemoração ao centenário da Revolução Francesa. Tirei a foto abaixo aos pés da Torre. O pássaro saiu de propósito, mas o fato de ele estar no centro do foco foi pura sorte :) Detalhe: a foto não foi editada (exceto no tamanho, claro).

Infelizmente, quando estávamos na quilométrica fila pra subir, começou a chuva, que só ficaria cada vez pior. Mesmo assim, eu e Vivinha subimos (Val não gostou muito da idéia) até o 2º nível. Não pudemos subir ao terceiro nível, mas não desisti, volto lá ainda, pois a vista lá de cima é linda, mas pede um dia claro pra boas imagens. Molhados e bastante cansados (não tínhamos parado desde a noite anterior, quando saímos da Inglaterra), voltamos ao hotel, que não foi lá essas coisas, mas era melhor que o de Londres.

À tarde, uma passada na Galeria Lafayette (onde comprei um delicioso perfume pra mandar pra minha mãe) e uma visita demorada à Ópera. No domingo, passamos numa exposição de fotos de Marilyn Monroe e nos despedimos de Vívian logo cedo, com lágrimas nos olhos. Fomos em seguida ao Grand Palais, ao Hôtel des Invalides, onde se encontram o túmulo de Napoleão e a catedral de São Luís, com o marcante domo dourado. Logo ali, virando a esquina, o ponto alto do nosso passeio, o Museu Rodin. Um lugar onde fãs de escultura como nós dois não conseguem fechar a boca. Parar na frente do Portão do Inferno, prestando atenção em cada detalhe, ficar impressionado com a imponência do Pensador e apreciar o Beijo por todos os ângulos são apenas algumas das sensações que experimentamos nesse lugar que é passeio obrigatório, apesar de menos badalado.

Ainda tivemos tempo de ir ao distrito da Defénse, onde nos sentimos verdadeiros matutos com a visão desse bairro industrial afastado do Centro, que abriga uma Paris intimidantemente futurista, onde o Grande Arco da Defesa é rodeado por uma verdadeira floresta de prédios modernos, como o Défense Palais, a Tour EDF e a gigantesca Tour GAN. De lá mesmo, corremos pra pegar o ônibus e enfrentar uma viagem cansativa de cerca de 7 horas até Canterbury. Lugares como o Louvre, Versailles, Notre-Dame, Sacre Coeur e tantos outros não foram esquecidos, foram apenas adiados. Nossa visita, apesar de incompleta, valeu cada segundo. É torcer pra que esteja estiado na próxima vez, o que, segundo uma moradora de Paris que conhecemos aqui em Kent, é raro por ali.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]



<< Página inicial