O Paraguai fez seu jogo contra a Espanha, defendeu muito, ficou fechadinho lá atrás e confiando em alguns lances esporádicos de seus atacantes medianos. Mas poderia ter sido melhor para os sul-americanos, não se pode dizer que eles não tentaram. Valdez teve um gol anulado e Cardozo bateu um pênalti nas mãos do goleiro espanhol Casillas, quando o placar ainda estava zerado, isso poderia ter dado ânimo para os paraguaios, mas os europeus é que cresceram, perdendo um pênalti com Xabi, antes de serem salvos por Villa, sempre ele. No todo, um bom jogo, bem brigado, com vitória merecida da Espanha por 1 x 0, mas um Paraguai com uma campanha muito boa dentro de suas limitações táticas.
Uruguai e Gana fizeram um jogo com o final mais emocionante da Copa até aqui. 1 x 1 no tempo normal, com gols de longe, em trajetórias imprevisíveis da famigerada Jabulani, a bola da Copa. a prorrogação seguiu 0 x 0, até o último minuto, quando num lance sensacional, o atacante uruguaio Luis Suarez salvou sua seleção, evitando em cima da linha que a bola entrasse por duas vezes, uma delas com o pé, a outra com a mão, o que lhe valeu a expulsão e também a classificação do Uruguai, já que Gyan, a estrela do time ganês, errou a cobrança, permitindo que o jogo fosse para a disputa de pênaltis. Uma das imagens da Copa será sem dúvida o camisa 9 uruguaio, explodindo de felicidade, quando caminhava, enxugando as lágrimas, para o vestiário e se virou para ver a cobrança no travessão do jogador ganês. Na disputa de pênaltis, os uruguaios se deram bem, fechando a série em 4 x 2, com uma cavadinha do (completamente) Loco Abreu.
Argentina e Alemanha foi surpreendente. Esperei que os argentinos crescessem, que finalmente se enchessem de confiança e que fizessem o seu melhor jogo. O que se viu foi uma Argentina abatida pelo gol logo aos 3 minutos de jogo e uma blitz mortal alemã, acabando o jogo com um incontestável 4 x 0. Os hermanos mal tiveram chances, todas as suas tentativas foram completamente anuladas, com aparente facilidade pela defesa europeia. Eu, particularmente, não gostei. Não porque tivesse torcendo para os argentinos e sua soberba, mas é que os alemães, na figura de seu capitão Lahm e de seu melhor jogador, Schweinsteiger, deram declarações polêmicas contra os sul-americanos, alegando que eles manipulavam a arbitragem e se portavam mal até na torcida, numa demonstração de antiesportividade desnecessária para uma equipe tão boa. Infelizmente, Klose, atacante alemão marcou 2 vezes e, caso marque mais dois, ultrapassará a marca de 15 gols, que fazem de Ronaldo o maior artilheiro em Copas de todos os tempos. Seria uma lástima não só por ser alemão, mas por ser um jogador muito limitado tecnicamente, o contrário do nosso fenômeno, que foi brilhante na maior parte de sua carreira.
E o Brasil? Ah, o Brasil. Os comandados de Dunga fizeram um bom primeiro tempo, com ótimo posicionamento e passando bem a bola, apesar do gramado horrível em que jogavam. Robinho marcou primeiro e os holandeses não se abalaram, logo no início do primeiro tempo, Júlio Cesar e Felipe Melo se enrolaram com uma bola fácil levantada na área que entrou direto. Com o empate, veio o baque. A máscara caiu e os jogadores começaram a mostrar seu estado de nervos, sem comando e sem rumo, viam os holandeses cavarem falta e fazerem teatrinho, se aproveitando da inexperiência do juiz e o nervosismo aumentava. O golpe maior veio com o segundo gol e com a expulsão do descompensado Felipe Melo, daí pra frente não tivemos nenhuma chance, os rapazes nem brigavam, de tão apáticos e nervosos. Um papelão de uma equipe que foi a cara do seu treinador: burocrática no meio campo e nervosinha. Uma campanha pra ser apagada da memória.
Nas semifinais: Uruguai x Holanda e Espanha x Alemanha. Meu palpite é uma final entre Holanda e Alemanha, com a Alemanha campeã. Mas minha torcida é pela América do Sul, com o Uruguai e pelo futebol bonito, com a Espanha. Eu que não aprendo que o romantismo morreu nos gramados.