Não que isso importe, mas...

13 setembro, 2006

Satisfação

Aos amigos que sempre que podem aparecem aqui no blog pra saberem novidades, quero só dizer que estamos chegando ao fim de um período de transição, por causa da mudança, durante o qual não estamos com acesso à Internet. Tudo já foi encomendado, mas por enquanto, estou acessando só muito rapidamente do trabalho, pra checar emails, e Val de lá da Universidade. Na próxima semana, tudo deve voltar ao normal.

Estamos muito felizes curtindo nossos primeiros dias de casa nova, a mudança foi cansativa, mas deu tudo certo. Achamos gente pra compartilhar o flat, mas por enquanto estamos sós, porque a Universidade ainda está em recesso. Mas, assim que puder postar com calma, voltarei a esse assunto da mudança e dos nossos novos (isso mesmo, plural novos) companheiros de morada, ou housemates, pra usar um termo local.

Abraços a todos.

07 setembro, 2006

La belle Paris

"As cidades possuem sexo: Londres é um homem, Paris uma mulher e Nova Iorque um transexual bem resolvido" (Angela Carter, novelista britânica)

Com a desculpa da vinda de Vívian e a possibilidade de estar na companhia dela por mais dois dias, passamos o fim de semana em Paris. Em cerca de 36 horas, obviamente conhecemos pouco de uma cidade tão rica em detalhes e beleza. Começamos nosso passeio com o Arco do Triunfo, que foi o meu escolhido pra falar um pouquinho mais.

O monumento de pouco mais de 50m de altura e 45m de largura, foi encomendado por Napoleão Bonaparte em 1806, meses após a vitória de suas tropas na Batalha de Austerlitz, sendo finalizado apenas em 1836. Nas bases do arco estão quatro grandes esculturas: Le Triomphe de 1810, La Résistance (minha preferida), La Paix e a mais famosa, com o nome oficial de Le Départ des Volontaires de 1792, que fica ao leste do monumento, representando a tropa que partiu de Marselha em julho de 1792, para defender a Revolução Francesa de forças contra-revolucionárias. Em sua marcha em direção a Paris, os voluntários entoavam o hino "Chant de guerre de l'Armée du Rhin", que devido a naturalidade dos revolucionários, ficou mais tarde conhecido como A Marselhesa e se tornou o hino da França, por isso a escultura do Arco (detalhe na foto abaixo) também é conhecida como La Marseillaise.

Nas paredes de dentro do arco, os nomes de 558 generais franceses. Lá também encontramos o Túmulo do Soldado Desconhecido, com uma chama mantida sempre acesa, em homenagem aos soldados mortos nas Grandes Guerras. A Place de l'Étoile (renomeada Place Charles de Gaulle), onde fica o imponente Arco do Triunfo, é encontro de 12 avenidas, entre elas a famosa Champs-Élysées. Descemos uma dessas avenidas, parando na Torre Eiffel, outro símbolo da capital francesa, do alto de seus 300 metros de altura, construída entre 1887 e 1889, em comemoração ao centenário da Revolução Francesa. Tirei a foto abaixo aos pés da Torre. O pássaro saiu de propósito, mas o fato de ele estar no centro do foco foi pura sorte :) Detalhe: a foto não foi editada (exceto no tamanho, claro).

Infelizmente, quando estávamos na quilométrica fila pra subir, começou a chuva, que só ficaria cada vez pior. Mesmo assim, eu e Vivinha subimos (Val não gostou muito da idéia) até o 2º nível. Não pudemos subir ao terceiro nível, mas não desisti, volto lá ainda, pois a vista lá de cima é linda, mas pede um dia claro pra boas imagens. Molhados e bastante cansados (não tínhamos parado desde a noite anterior, quando saímos da Inglaterra), voltamos ao hotel, que não foi lá essas coisas, mas era melhor que o de Londres.

À tarde, uma passada na Galeria Lafayette (onde comprei um delicioso perfume pra mandar pra minha mãe) e uma visita demorada à Ópera. No domingo, passamos numa exposição de fotos de Marilyn Monroe e nos despedimos de Vívian logo cedo, com lágrimas nos olhos. Fomos em seguida ao Grand Palais, ao Hôtel des Invalides, onde se encontram o túmulo de Napoleão e a catedral de São Luís, com o marcante domo dourado. Logo ali, virando a esquina, o ponto alto do nosso passeio, o Museu Rodin. Um lugar onde fãs de escultura como nós dois não conseguem fechar a boca. Parar na frente do Portão do Inferno, prestando atenção em cada detalhe, ficar impressionado com a imponência do Pensador e apreciar o Beijo por todos os ângulos são apenas algumas das sensações que experimentamos nesse lugar que é passeio obrigatório, apesar de menos badalado.

Ainda tivemos tempo de ir ao distrito da Defénse, onde nos sentimos verdadeiros matutos com a visão desse bairro industrial afastado do Centro, que abriga uma Paris intimidantemente futurista, onde o Grande Arco da Defesa é rodeado por uma verdadeira floresta de prédios modernos, como o Défense Palais, a Tour EDF e a gigantesca Tour GAN. De lá mesmo, corremos pra pegar o ônibus e enfrentar uma viagem cansativa de cerca de 7 horas até Canterbury. Lugares como o Louvre, Versailles, Notre-Dame, Sacre Coeur e tantos outros não foram esquecidos, foram apenas adiados. Nossa visita, apesar de incompleta, valeu cada segundo. É torcer pra que esteja estiado na próxima vez, o que, segundo uma moradora de Paris que conhecemos aqui em Kent, é raro por ali.